domingo, 16 de janeiro de 2011

Friburgo

Minha vontade era estar agora em Friburgo.
Lá estive por duas vezes: uma em abril de 2010, feriadão de Tiradentes, e dia 7 de janeiro deste ano, sol forte, ruas cheias, gente curtindo as férias naquela linda cidade.
Friburgo é uma daquelas cidades que dão orgulho a seus habitantes. Quem mora lá sabe o quanto ela é amada e desejada por quem mora lá em baixo, ao nível do mar, e gosta de passar lá os dias livres. As pessoas comentam com você a História da cidade, indicam onde ir e o que fazer. Preservam o mobiliário urbano. Ou era assim, até esta semana.
Dá uma angústia ouvir importente o noticiário catastrófico. Pensar que Friburgo se estende entre montanhas, que muitas ruas sobem por elas, que é uma cidade aprisionada em vales verdes, cujos montes podem desabar - e alguns já estão - nos deixa inseguros.
As imagens de Olaria inundada. As vidas afogadas, o comércio de roupa íntima arruinado, a igreja de Nossa Senhora das Graças, obra de Lúcio Costa, o que é dela? Na melhor das hipóteses, refúgio de desabrigados e que a água não suba outra vez para de lá expulsar quem de suas casas já foi expulso.
O teleférico está condenado? O medo que senti quando subi o primeiro estágio. Ninguém mais terá aquela visão? E a igreja de Santo Antônio na Praça do Suspiro, com uma parede destruída? Poderá ser restaurada? Ou será condenada por medo de futuros deslizamentos? A Praça das Nações foi soterrada, onde encontrei-me com a magnífica Fátima Serafim, cantora de fados. E a igreja luterana, primeira do Brasil com esse nome? E a prefeitura, onde recebeu-nos o Chico Figueiredo, quando fomos, Jó Siqueira e eu, falar de teatro e de cultura?
E o Jardim do Nego, que eu não pude conhecer e deixei para outra oportunidade? E a Queijaria Escola? E o Museu da Colonização, instalado em suas dependências?
Quero ir a Friburgo o mais rápido possível...

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