Quando soube pelo telejornal da Globo que a igreja Nova Vida de Teresópolis tinha virado um necrotério, pois o IML municipal não tinha espaço para tantos corpos, pensei: "Fizeram isso com o consentimento da cúpua da igreja, que já deve estar se mobilizando para ajudar as vítimas da catástrofe". Corri à igreja Nova Vida de Alcântara oferecer-me como voluntário. Foi um dos diálogos mais surreais da minha vida. A recepcionista ficou maravilhada e queria me converter, disse que eu, com tanta disposição para ajudar, seria um ótimo missionário na Índia. (Ser missionário é algo tão complexo que até Homer Simpson já foi um...) Ah, que trabalho explicar que eu não estou interessado em igreja nenhuma, que quero só ajudar as pessoas. "Se a televisão tivesse falado de uma igreja católica, de uma casa espírita, de um terreiro de candomblé, eu iria me apresentar lá da mesma forma."
Não acreditava que me chamassem depois desse diálogo, mas me chamaram e passei a semana quase toda - exceção da quinta - trabalhando como voluntário, separando as doações - a maioria roupas, o que está longe de ser o mais necessário. Roupas são usadas várias vezes: os alimentos são usados só uma vez.
E há quem atrapalhe os voluntários, doando roupas imprestáveis. Carregamos peso e perdemos tempo separando o que só serve para o lixo. E acham que fazem caridade.
domingo, 23 de janeiro de 2011
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