domingo, 19 de setembro de 2010

CRIVELLA E A ECOLOGIA

No seu jornalzinho de campanha, Crivella se declara “o senador dos ecoamigos”. Diz que apresentou projeto que “inclui o cerrado, a caatinga, a mata de cocais e os campos sulinos no rol dos biomas brasileiros considerados patrimônios nacionais”. Suas intenções são as melhores, senador, mas de boas intenções o inferno está cheio (talvez Vossa Excelência tenha estudado o tema em Teologia). O cerrado está sendo devastado pelo cultivo da soja para exportação, os campos sulinos, bem como os recursos hídricos do Rio Grande do Sul, estão sendo devastados pela plantação de eucalipto para exportação – tudo isso em nome de trazer divisas para o país: esse é o credo do agronegócio – em prejuízo do meio ambiente e dos pequenos agricultores. E o que o senhor tem feito pela reforma agrária? Posso perguntar ao MST?
Outro dos seus projetos “autoriza o Governo Federal a criar a Agência Nacional de Energias Renováveis”. Então o Governo está autorizado, se tiver vontade de investir em energias renováveis. Não é o que parece, se olharmos os bilhões gastos com a construção da Usina de Belo monte, que alagará um território imenso da Amazônia e expulsará os índios de uma terra que eles consideram santa. Enquanto isso, a Alemanha, país gélido e muito pouco ensolarado, aproveita muito melhor que nosso país tropical, abençoado por Deus, a limpíssima energia solar. Ah, sim, outro projeto “fomenta o uso de energia solar em edificações públicas e privadas, para aquecimento de água”. É por isso que todas as escolas do país e hospitais do país têm agora painéis solares no teto, como todos nós vemos todos os dias, não vemos?
Outro projeto “obriga a veiculação de advertência sobre consumo e escassez de água”. Viram isso nos intervalos comerciais? Então é uma lei para ingleses e eleitores verem na letra miúda da propaganda eleitoral?
Senador, os seus talentos serão melhor aproveitados se Vossa Excelência voltar para a fazenda Canaã para contar às criancinhas da creche a história da Arca de Noé.
Professor Edson Amaro, do CIEP Miguel de Cervantes e do C. E. Trasilbo Filgueiras.

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