terça-feira, 30 de março de 2010

Bento XVI e os pedófilos

O Brasil todo se lembra que, em 2009, uma menina de Recife foi estuprada pelo padrasto e ficou grávida. O bispo não tardou em excomungar o juiz que autorizou o aborto e a equipe médica que o realizou. Então o povo e a imprensa perguntaram: por que o Código Canônico não ordena a excomunhão dos estupradores? A atitude do papa lavando as mãos diante das denúncias de abuso sexual responde essa pergunta. Bento XVI está indo no caminho certo para se tornar o santo padroeiro dos pedófilos.

Edson Amaro de Souza, São Gonçalo, RJ.

BEATRIZ LUGÃO SABE LER?

É a pergunta que me faço embora todos achem que sim, afinal de contas, ela tem curso superior e é professora de escola pública. Mas não é o que parece, se levarmos em conta as declarações que ela e seu grupo têm feito à categoria. No último dia 2 de março, terça-feira, durante a assembleia da rede municipal de São Gonçalo, alguém perguntou por que tinha surgido um boletim chamado NA LUTA PELA EDUCAÇÃO com o logotipo do SEPE. Dayse Oliveira muito bem respondeu que nós temos essa liberdade assim como todas as oposições sindicais de usar símbolos ou logotipos de um sindicato. É assim em todas as categorias. Dizem elas que nós queremos confundir a categoria, falando como se fôssemos direção. Disse isso no dia 7 de março, na plenária municipal do PSOL (Aliás, perguntem a qualquer militante do PSOL, que, se for honesto, confirmará que é uma prática recorrente dessa senhora ir contar a sua versão do que acontece no sindicato nos eventos do PSOL fazendo ela e o seu grupo de vítimas, pintando tudo com cores apocalípticas.). Eu prontamente me identifiquei como um dos autores do boletim e disse que explicaria a razão de ter surgido esse boletim paralelo, mas ela não teve coragem de ficar para ouvir a verdade. Todos são testemunhas de que eu anunciei que iria dar a minha versão dos fatos. E o fiz, junto com o companheiro Eduardo Manuel.
Pois bem, ou Beatriz Lugão é uma analfabeta funcional ou não é honesta, porque em momento algum do boletim NA LUTA PELA EDUCAÇÃO nós nos dizemos direção do SEPE – SÃO GONÇALO. Dizemos no texto QUEM SOMOS: “Somos diretores e militantes do SEPE/NÚCLEO SÃO GONÇALO. Constituímos o grupo “NA LUTA PELA EDUCAÇÃO”. E está tão claro que não falamos em nome da direção que dissemos: “Queremos uma direção que priorize o trabalho de base, a corrida às escolas e não a administração da sede como um clube.” “Queremos uma direção que respeite os fóruns da categoria concordando ou não com eles.” Então, para qualquer pessoa plenamente alfabetizada, está claro que, com esta fala, estamos discordando, dentro do nosso direito democrático, da maneira como o SEPE-SÃO GONÇALO está sendo conduzido pela ala majoritária da direção. E nem todos os que contribuíram com os textos do boletim são diretores. Mais: colocamos o endereço do blog que usamos durante o processo eleitoral do sindicato, quando compúnhamos a chapa 4, chapa essa que obteve 40% dos votos e, dentro do critério da proporcionalidade, teve direito a indicar diretores para o núcleo. Ao contrário do que elas dizem, não perdemos a eleição. Estamos constituindo a direção e dialogando com a categoria sobre os melhores rumos para o nosso sindicato.
O problema é que o grupo do qual ela faz parte não aceita ser questionado e não respeita a decisão da categoria que nos colocou lá dentro com 40% dos votos. Prova disso é que, numa das reuniões de direção de NOVEMBRO de 2009, a diretora Yara se disse no direito de não abrir a porta do sindicato para o diretor eleito Eduardo Manuel e para o militante Paulo Kautscher. Imediatamente, eu, Edson Amaro, exigi que tal declaração autoritária fosse registrada em ata. QUEM DUVIDAR LEIA AS ATAS DAS REUNIÕES DE DIREÇÃO DE NOVEMBRO DE 2009. Tanto assim que na primeira reunião da nova direção eleita, Beatriz Lugão teve o despudor de dizer que essa gestão seria um inferno, deixando, assim, claro que nós não éramos bem-vindos, nós, eleitos por 40% de militantes e filiados insatisfeitos com a maneira delas dirigirem o núcleo. Neste dia, morreram todo o respeito e a admiração que um dia eu tive por ela.
Mais: nosso boletim foi a melhor resposta à carta caluniosa que elas distribuíram contra nós.
Beatriz Lugão diz que nós queremos dividir a categoria num momento em que se prepara a união das centrais CONLUTAS e INTERSINDICAL. A bandeira dessa unificação já estava presente no discurso de nossa campanha. Só depois que partidos socialistas abraçaram essa causa é que elas passaram a falar a favor dessa unificação. E por falar em unificação, parece que elas querem nos igualar aos governos, pois, no boletim oficial do SEPE – SÃO GONÇALO, do qual não nos deixaram participar, dizem que “o governo, assim como nós, sabemos o que é melhor para a Educação”. Nós, quem? Quem de nós está tão distante do povo quanto o governo, a ponto de ter as mesmas ideias sobre o que nossa categoria e nossos alunos precisam? Não nos incluam nessa afirmação. Essa unificação com o governo nós não queremos.
Beatriz Lugão e seu grupo dizem que nós queremos dividir a categoria. Mas, durante as férias dos professores em janeiro, fomos nós que lembramos que nosso sindicato não é só de professores, mas também de funcionários (vigias, merendeiras, pessoal administrativo) que não têm férias juntamente com os professores. E que é durante essas férias que acontecem grandes ataques à categoria, como, por exemplo, o adiantamento que a prefeita Panisset fez e confundiu a categoria, endividando muitos. Apenas nosso grupo, que é a parte minoritária da direção, apareceu no SEPE nas tardes de terças e quintas de janeiro para ouvir os telefonemas dos filiados que nos procuravam. E fizemos isso com um caderno que nós mesmos compramos, pois nos impossibilitaram o uso do livro cotidiário. Então, quem é que está dividindo a categoria entre professores e o resto, quando se negam a fazer plantão durante as férias?
Outro fato que irrita a essa aprendiz de Stálin é o fato de nós termos um blog e uma comunidade na Internet, cujos endereços estão no nosso boletim, que têm milhares de acessos todos os meses e, com esse blog e com as conversas que temos com a categoria, obtemos emails e contatos de muitos filiados e educadores.
Termino meu texto por defender o princípio da proporcionalidade, alicerce da democracia no sindicato que, assim, garante a representatividade de minorias divergentes – não queremos ditadores comandando o SEPE e tratando a categoria como vaquinhas de presépio, rebanho de inocentes úteis ou dividindo-a entre nobres e plebeus, entre intelectuais e trabalhadores braçais, entre iluminados e intocáveis.
Caso não tenha gostado desse texto, senhora Beatriz Lugão, tenha a decência de me levar a uma comissão de ética. Se bem que eu não espero nenhuma atitude decente de sua pessoa. Se, por causa deste texto, você me levar a uma comissão de ética, terá, pela última vez em sua vida, os meus aplausos. E nunca mais me diga “bom dia”, pois isso nunca mais ouvirá de mim. Dói meu peito ao ver que tanta baixeza pratica quem deveria ser um modelo para a categoria e, como disse I-Juca Pirama (o herói do poema de Gonçalves Dias) ao defender sua honra e sua vida ante os timbiras, finalizo minha defesa dizendo: “Guerreiros, não coro / do pranto que choro. / Se a vida deploro / também sei morrer.”

Edson Amaro de Souza, diretor do SEPE-São Gonçalo.